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Conceção

Francisco Rousseau

Coreografia

Francisco Rousseau e Rui Reis

Bailarinos

Brent Williamson*; Cristina Maciel; João Carlos Petrucci; Kimberley Pearl; Marco Marques; Maria João Salomão; Paula Rousseau; Pedro Carvalho; Rui Reis; Rute Sá Lopes

*Solo do Careto

 

Músicos

Ana Paula Tavares (Acordeão); Diogo Chang Faria (Guitarra Portuguesa); Flávio Bolieiro (Acordeão); Gustavo (Viola e Canto)

Participação Especial

Julieta Rousseau; Francisco Rousseau; Jorge Pires

Música

Composição Musical

Flávio Bolieiro

Arranjos Musicais segundo Música Tradicional Portuguesa

Flávio Bolieiro e Diogo Chang Faria

Música Gravada

Danças Ocultas - “Folia”; Max - “Tingo Lingo Lingo”

 

Cenografia e Figurinos

Paula Rousseau

 

Desenho de Luzes

Zé Rui Hasoum

 

Texto

José António Rousseau

 

Coordenação Artística

Cristina Maciel

Apoio aos Ensaios

Fátima Brito

Produção

Irina de Oliveira

SIGAM AS FLORES…

Gritos de pássaros saúdam-nos num chilreio de árvores, penas e céu.

Cuidado com o fogo vermelho do Careto, envolto em chocalhos e máscaras de espanto, para nos pregar sustos de morte.

Um amolador de tesouras, facas e almas, lança o seu pregão, numa agonia lenta de pasteleira. Cuidado que com ele vem a chuva, dizem. Entretanto, uma manta de retalhos coloridos vai, lentamente, descendo do céu à terra.

Surgem os Pauliteiros, fantasmas brancos, a toque de caixa e bombo, numa vertigem de botas e lençóis bordados e antigos, das suas avós, num combate de toques de madeira a quebrar.

Brinquedos de feira, espreitando, pé ante pé, o colorido das meias e botas de lã. Ai, ponha aqui, ponha aqui o seu pezinho, devagar, devagarinho… se dança o twist! Num tingo, lingo, lingo, a nova dança em Portugal, já dizia o Max, num brinquinho.

Da Madeira ao Algarve, passando pelos Açores, das ilhas de bruma, das ondas humanas, onde se empurram cestas humanas, nas ladeiras da vida e pelas encostas do nada, às quadras do Aleixo, alma algarvia: dizem que pareço um ladrão, mas há outros que eu conheço, que não parecendo o que são, são aquilo que eu pareço. Pois não!

Mas como esquecer os cestos aos ombros oferecidos em dádivas de mágoas, os intensos exercícios de musculação e o cheiro das laranjas amargas lançadas ao ralenti pelo chão, para nosso divertimento até ao trovão final e chuva a rodos.

Num cenário caleidoscópico de tecidos quentes, passam à nossa frente, malhas, gorros, óculos escuros, saias coloridas e lenços nas cabeças. Por favor, brinquem ao eixo e saltem ao pé-coxinho. Por favor, dancem em preces de palmas e castanholas. Por favor, sigam as flores. Ficarão assim perto da perfeição.

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RODOPIOS

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